Profundo e Límpido
O céu é tão límpido, que tudo se funde em luz.
O dia, tão quente, como se acabasse de ser criado.
E, no entanto, a água nunca deixou de murmurar,
O vento, de pentear as ervas, o riacho, de polir as pedras.
A roda abstracta da cavalinha é velha,
Velha... A percepção é jovem, acabada de nascer.
O céu é tão límpido, que um pássaro transparece,
A água tão profunda... E o resto é acaso.
Eeva-Liisa Manner
tradução de Manuel Resende