Quinta-feira, 19 de Fevereiro de 2004
RENDIÇÃO
Depois de ter cortado todos os braços que se estendiam para mim; depois de ter entaipado todas as janelas e todas as portas; depois de ter inundado os fossos com água envenenada; depois de ter edificado minha casa num rochedo inacessível aos afagos e ao medo; depois de ter lançado punhados de silêncio e monossílabos de desprezo a meus amores; depois de ter esquecido meu nome e o nome da minha terra natal; depois de me ter condenado a perpétua espera e a solidão perpétua, ouvi contra as pedras de meu calabouço de silogismos a investida húmida, terna, insistente, da Primavera.

Octávio Paz
De
Amante... a 20 de Fevereiro de 2004 às 20:44
Isto é mais que um Blog, isto é um serviço à Literatura poética... Sem tangas, sou muito eclético em prosas e poesia pelo que raramente arrisco, no caso da poesia, a comprar um livro do qual temo não vir a gostar... Aqui posso coscuvilhar dezenas de autores e estilos escolher os meus favoritos... Sinceramente, não te atrevas a acabar com o Blog... Força... Aamnte...
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