Terça-feira, 24 de Fevereiro de 2004

Teixeira de Pascoaes

Poeta



Quando a primeira lágrima aflorou


Nos meus olhos, divina claridade


A minha pátria aldeia alumiou


Duma luz triste, que era já saudade.



Humildes, pobres cousas, como eu sou


Dor acesa na vossa escuridade...


Sou, em futuro, o tempo que passou-


Em num, o antigo tempo é nova idade.



Sou fraga da montanha, névoa astral,


Quimérica figura matinal,


Imagem de alma em terra modelada.



Sou o homem de si mesmo fugitivo;


Fantasma a delirar, mistério vivo,


A loucura de Deus, o sonho e o nada.






Teixeira de Pascoaes
Sempre (1898)
In Poesia de Teixeira de Pascoaes
Org. de Silvina Rodrigues Lopes
Lisboa, Editorial Comunicação, 1987
publicado por CONSTALVES às 00:57
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